MEIO AMBIENTE


O problema da falta d’água faz parte da historia da aldeia Meruri. A mudança do povo Bororo da aldeia dos Tachos para a atual aldeia Meruri foi motivada pela falta d’água. Este povo, juntamente com os missionários salesianos, se instalaram na região de Meruri visando aproveitar os recursos hídricos locais.
Nos dias de hoje a aldeia se abastece através de suas fontes: a nascente que fica na cabeceira próximo à aldeia (cerca de 4 Km) e um poço artesiano construído pela FUNASA (Fundaçao Nacional da Saúde) e pela Fundação Uniselva.
Embora os relatórios produzidos por estas instituições justifiquem a correta utilização dos recursos de mais de R$ 800.000,00 investidos no projeto de construção do poço artesiano, o povo Bororo enfrenta dificuldades diárias com o abastecimento de água.
Com esse recurso foi construído apenas um poço artesiano que teria capacidade de abastecer a comunidade se a infra-estrutura de abastecimento não fosse tão precária. O atual órgão responsável por essa infra-estrutura, a SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena), recebe freqüentes reclamações do cacique e do conselho local de saúde (CLOSAN). Segundo essas lideranças, a bomba d’água que foi instalada não resolve o problema de abastecimento.
Os banheiros construídos por esse projeto de saneamento e abastecimento não funcionam por falta d’água, o material utilizado para a construção dos mesmos é de baixa qualidade e a comunidade não recebe a assistência técnica necessária para garantir o saneamento básico.   
Recentemente a comunidade construiu um novo prédio para atender a Escola e este prédio assim como o Posto de Saúde, não possuem um abastecimento de água adequado para atender as necessidades mínimas da comunidade.   
Através do nosso blog fazemos essa denuncia e comunicamos os problemas enfrentados pela comunidade indigena decorrentes da precariedade no saneamento básico da Aldeia Meruri.
Nos dias de hoje o indígena habita sua aldeia assim como a cidade. A cidade faz parte da aldeia na medida em que muitas famílias indígenas viajam para as cidades para comprar mantimentos alimentícios, roupas, equipamentos tecnológicos e atuam nas cidades não somente como cidadãos (quando votam), mas também como consumidores que ajudam a movimentar a economia da cidade. O problema é que a cidade não reconhece o indígena como cidadão, nem como consumidor (uma figura mais valorizada pelas autoridades competentes), e não providencia os serviços necessários para a coleta do lixo produzido nas aldeias que em grande parte são provenientes da cidade.
O problema do lixo é resolvido de maneira improvisada pela própria comunidade que organiza mutirões para limpar a Aldeia. Isso acarreta um trabalho que compete a prefeitura do município de General Carneiro.
Por isso reivindicamos que a SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena) faça seu trabalho e realize uma supervisão técnica do abastecimento de água nas aldeias de modo geral. Eles precisam ver de perto o que esta acontecendo.
O nosso poço artesiano não atende a demanda da água da comunidade. Precisamos de um projeto de abastecimento que melhore o saneamento básico da aldeia, a começar pela construção de no mínimo dois poços artesianos que possam melhorar a distribuição de água. Precisamos também de um sistema de coleta de lixo e da construção de um aterro sanitário que atenda as demandas da comunidade de Meruri.
O acumulo de lixo nas casas pode acarretar sérios problemas de saúde porque não possuímos um local adequado para deposita-lo e quando chove o lixo acaba indo para o rio.  
Não fazemos essas reivindicações porque a gente quer, mas porque a gente precisa.  É uma questão de saúde e bem estar e um direito de todos.  
A prefeitura do município de General Carneiro deveria fazer uma parceria com a SESAI para atender nossa demanda porque isso faz parte da área da saúde.
Não dá para viver sem água. Não dá mesmo!

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