quinta-feira, 18 de outubro de 2012

COLETA DO BROTO DE BABAÇU



Coleta do   Broto de Babaçu

e sua confecção como Educação Escolar

 

              Como em muitos casos, o broto de babaçu é muito utilizado pelo povo Bororo. A sua coleta é feita pelos homens e rapazes, na mata. Após ter feito a sua coleta, o material é trabalhado e confeccionado, pois, com ele faz-se diversos artesanatos e materiais de utensílio, como por exemplo, dá para se fazer o kodokora, que é um material para fazer o fechamento das paredes das casas, das choupanas. Para isto ele é trançado, modelado, e é transformado em uma verdadeira obra artística que só o povo Bororo sabe fazer. Esse trabalho é feito principalmente pelas mulheres e por alguns homens que se interessam a aprender.

Na escola a sua confecção é integrada como um método de aprendizado, pois, facilitará para que possivelmente os jovens, os meninos, as meninas e adolescentes possam estar desenvolvendo suas habilidades no material.
Depois do material ser trabalhado, ele está pronto para ser utilizado para fazer o fechamento das casas.





                                 Local onde é retirado o broto de babaçu para ser confeccionado.

 

 




                                            Jovens fazendo a coleta do broto de babaçu.
 



 

 
 

 

 

 

 





                            Na escola os professores ensinam os alunos a confeccionarem o material.



 




 

 













                                             Rapazes e moças confeccionam o broto de babaçu
















terça-feira, 16 de outubro de 2012

Atividades Culturais da Escola

A Flechada é um campeonato de arco e flecha organizado pela Escola Bororo da Aldeia Meruri Sagrado Coração de Jesus. Ocorre todo dia 19 de Abril, em comemoração ao dia do índio. São os professores que coordenam este evento cultural, com a participação de todos os alunos da escola e de toda a comunidade da aldeia Meruri. A disputa é dividida por idade e o vencedor ganha um prêmio. Antigamente só os meninos participavam da disputa, mas atualmente as meninas passaram a participar desta competição.






domingo, 14 de outubro de 2012

SAUDE BORORO


Entre os problemas que foram surgindo na questao da saude nas comunidades Bororo, temos a falta de fornecimento pelo SUS e pela SESAI dos medicamentos mais caros, o alcoolismo, o uso indiscriminado de remédios, o consumo de produdos industrializados, entre outros, como a falta de transporte para tratamentos secundários fora das aldeias. Hiper-tensão, diabetes, reumatismo, anemia e distúrbios mentais causados pelo alcoolismo, são alguns dos problemas enfrentados aualmente pelo nosso povo. No caso do alcoolismo, foi proibido pela CASAI (Casa da Saúde Indígena), que o antigo centro de reabilitacao de Rondonópolis aceite os pacientes com esta doença  exigindo que nestes casos, que o doente queira ser tratado. Em todo caso, sedativos sao ministrados para o controle das alucinacoe e delirios. O problema e endemico e atinge homens, mulheres e até criancas, com alto índice de morte por alcoolismo. O fim dos projetos criados pela FUNAI, pelos Salesianos e pelos proprios bororos nos anos 80, deixou espaco para o ócio da nossa juventude. Muitos de nós acreditamos que o problema no caso do alcoolismo é a proibicao da venda e do consumo do alcool pelo povo Bororo, causando uma‘’atracao pelo proibido” que seduz quase 90% do nosso povo.


Roça de toco Comunitária

ALDEIA MERURI ENFRENTA PROBLEMAS RELACIONADOS AO SANEAMENTO BÁSICO




O problema da falta d’água faz parte da historia da aldeia Meruri. A mudança do povo Bororo da aldeia dos Tachos para a atual aldeia Meruri foi motivada pela falta d’água. Este povo, juntamente com os missionários salesianos, se instalaram na região de Meruri visando aproveitar os recursos hídricos locais.
Nos dias de hoje a aldeia se abastece através de suas fontes: a nascente que fica na cabeceira próximo à aldeia (cerca de 4 Km) e um poço artesiano construído pela FUNASA (Fundaçao Nacional da Saúde) e pela Fundação Uniselva.
Embora os relatórios produzidos por estas instituições justifiquem a correta utilização dos recursos de mais de R$ 800.000,00 investidos no projeto de construção do poço artesiano, o povo Bororo enfrenta dificuldades diárias com o abastecimento de água.
Com esse recurso foi construído apenas um poço artesiano que teria capacidade de abastecer a comunidade se a infra-estrutura de abastecimento não fosse tão precária. O atual órgão responsável por essa infra-estrutura, a SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena), recebe freqüentes reclamações do cacique e do conselho local de saúde (CLOSAN). Segundo essas lideranças, a bomba d’água que foi instalada não resolve o problema de abastecimento.
Os banheiros construídos por esse projeto de saneamento e abastecimento não funcionam por falta d’água, o material utilizado para a construção dos mesmos é de baixa qualidade e a comunidade não recebe a assistência técnica necessária para garantir o saneamento básico.   
Recentemente a comunidade construiu um novo prédio para atender a Escola e este prédio assim como o Posto de Saúde, não possuem um abastecimento de água adequado para atender as necessidades mínimas da comunidade.   
Através do nosso blog fazemos essa denuncia e comunicamos os problemas enfrentados pela comunidade indigena decorrentes da precariedade no saneamento básico da Aldeia Meruri.
Nos dias de hoje o indígena habita sua aldeia assim como a cidade. A cidade faz parte da aldeia na medida em que muitas famílias indígenas viajam para as cidades para comprar mantimentos alimentícios, roupas, equipamentos tecnológicos e atuam nas cidades não somente como cidadãos (quando votam), mas também como consumidores que ajudam a movimentar a economia da cidade. O problema é que a cidade não reconhece o indígena como cidadão, nem como consumidor (uma figura mais valorizada pelas autoridades competentes), e não providencia os serviços necessários para a coleta do lixo produzido nas aldeias que em grande parte são provenientes da cidade.
O problema do lixo é resolvido de maneira improvisada pela própria comunidade que organiza mutirões para limpar a Aldeia. Isso acarreta um trabalho que compete a prefeitura do município de General Carneiro.
Por isso reivindicamos que a SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena) faça seu trabalho e realize uma supervisão técnica do abastecimento de água nas aldeias de modo geral. Eles precisam ver de perto o que esta acontecendo.
O nosso poço artesiano não atende a demanda da água da comunidade. Precisamos de um projeto de abastecimento que melhore o saneamento básico da aldeia, a começar pela construção de no mínimo dois poços artesianos que possam melhorar a distribuição de água. Precisamos também de um sistema de coleta de lixo e da construção de um aterro sanitário que atenda as demandas da comunidade de Meruri.
O acumulo de lixo nas casas pode acarretar sérios problemas de saúde porque não possuímos um local adequado para deposita-lo e quando chove o lixo acaba indo para o rio.  
Não fazemos essas reivindicações porque a gente quer, mas porque a gente precisa.  É uma questão de saúde e bem estar e um direito de todos.  
A prefeitura do município de General Carneiro deveria fazer uma parceria com a SESAI para atender nossa demanda porque isso faz parte da área da saúde.
Não dá para viver sem água. Não dá mesmo!

ARTESANATOS BÓE-BORORO

Este é o artesanato indígena da etnia Bóe-Bororo, cujo nome tradicional é Pariko Ekureu, utilizado pelos homens nos rituais BORORO.

Toro, saia dos homens BORORO.



Meninas Bororo, Jordana Ecera Bororo (à esquerda) e Daniela Kietaga (à direita), com trajes tradicionais para Dança Cultural.

Esta é a viseira usada pelas mulheres BORORO, inclusive, somente em rituais fúnebres
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Ressaltamos que estes artesanatos aqui expostos podem ser comercializados, pois aqui nesta aldeia Meruri a maioria da população depende financeiramente da venda dos referidos. Concluindo tem muito mais, contudo não foi possível apresenta-los.

Este trabalho foi feito pelo grupo da Mirna Anaquiri Tikuna da UFG, juntamente com Daniela Kietaga, Jordana Ce Bororo e Lauro Pariko Ekureu, durante o Projeto de Aldeia Digital na aldeia Meruri do povo Bóe-Bororo.

I Seminário Sobre Território Indígena Meruri

 

              Ancião Gabriel, ensinando aos participantes do I Seminário Sobre Território Indígena Meruri, no decorrer de sua fala mencionou que participou da demarcação desta Terra Indígena Meruri, aqui desta aldeia, o mesmo percorreu cada marco que limita o nosso território, foi momento muito enriquecedor, pois o mesmo falou o nome de cada lugar em que foi fixado os referidos marcos (linhas secas e cabeceiras).

sábado, 13 de outubro de 2012

Meruri Digital

Meruri Digital

A aldeia Meruri é originária da aldeia Baa doda e Tachos. Lá tem um morro onde aconteceu o primeiro contato dos Bororo com os Salesianos. Na época tinha um chefe Bororo chamado Ukewaguwu. Ele sonhou com uma senhora pedindo para não deixar matar aquelas pessoas que estavam presas pelos bororos. Para provar que aquele sonho era verdade, a filha de Ukewaguwu que estava doente ao amanhecer estaria curada. De fato, quando amanheceu, sua filha estava curada. Então ele acreditou no sonho dessa senhora, que disse a ele que aquelas pessoas brancas presas, na verdade eram padres salesianos, não eram pessoas más e que não era pra ele deixar elas serem mortas. O outro chefe Bororo, Jirie Ekureu ameaçou Ukewaguwu de mata-lo, caso um dos Bororos fossem mortos por um desses Salesianos. Jirie Ekureu foi embora com um grupo de Bororos rumo ao rio das Mortes e Ukewaguwu Meriri Kuwada ficou com os Salesianos em Tachos por mais 30 anos, arriscando sua vida por eles. Ameaçados por fazendeiros, Xavantes e pela falta de água no local, os salesianos e os Bororos se mudaram de Tachos para este lugar pois o acharam bonito e com água perto. Ali, construíram uma pequena capela de palha e convidaram Ukewaguwu para conhecer o local. Ao chegar e entrar na capela de palha ele viu um retrato de Nossa Senhora Auxiliadora, que o faz se lembrar do seu sonho onde essa senhora tinha aparecido para ele. Ele reconhece e comunica aos padres. Esse sonho, para os Salesianos, atualmente, é visto como um milagre. E aqui fundam a colonia indígena de Meruri. Esse nome Meruri é devido a um morro que fica nesse local onde antigamente os pescadores bororos pescavam e sempre eram ferroados por arraias próximo a esse morro. E então, batizam a atual aldeia de Meruri. Meru significa arraia e ri significa morro de pedra. O contato dos Salesianos com os bororos ocorreu no ano de 1902.